Ainda acho muito cedo para dizer que “Gotham” é um a série sensacional ou fantástica como muitos já tem dito por ai, principalmente por terem sido exibidos apenas 6 episódios até agora. O que seria correto afirmar, é que “Gotham” é uma das produções mais promissoras que temos atualmente. Por tanto, se você ainda não parou para assisti-la, leia essa resenha e corra para ver o primeiro episódio!
Quando surgiram os primeiros rumores sobre essa produção, na qual afirmavam que a Warner estaria planejando produzir uma série sobre os policiais de Gotham, eu fiquei entusiasmado! É óbvio que o mundo do homem morcego tem tudo a ver com uma série policial. Imagine uma cidade atormentada por ladrões, maníacos e assassinos… Agora imagine uma força policial tentando dar fim a tudo isso, mas que ao mesmo tempo, tem que enfrentar um sistema corrupto e ineficaz. Seria algo como uma “The Shield“ (2002), onde policiais combatem gangues e o tráfico de drogas, mas são corruptos. Agora inclua um justiceiro que aparece ocasionalmente para resolver os casos mais complicados… Pois é, pra mim seria uma série e tanto! Para o meu desespero, esses rumores foram rapidamente desmentidos quando a premissa oficial foi revelada: A série iria explorar a carreira do Comissário Gordon muitos anos antes de sua parceria com Batman.
Até ai ok, o conceito de uma série policial ambientada em Gotham City ainda estava presente. O medo e a incerteza bateram quando foi revelado que um jovem Bruce Wayne seria um dos personagens principais… O meu medo era de que a Warner desse vida a mais um projeto semelhante à “Smallville”, que embora tenha feito muito sucesso e que também tenha aberto portas para as atuais séries de super-heróis, foi um seriado maçante e extremamente repetitivo. Felizmente eu estava errado e até o momento “Gotham” tem se mantido nos trilhos, fiel a temática policial que eu esperava ver. O melhor é que o tom sério e maduro que a série passa, não lembra em nada as aventuras adolescentes e dilemas amorosos de Clark.
O lado bom: Roteiro, atuações e ambientação.
A trama do seriado gira em torno da ambição que os vilões tem pelo controle da cidade, o que gera algumas reviravoltas e muitos planos para derrubar quem detém esse controle. Tanto que os acontecimentos de cada episódio, a princípio não tem ligação, mas na verdade, são uma alegoria que tenta maquiar um planejamento muito maior, algo que promete ser o ápice da história.
A trama é definitivamente um ponto alto da série, mas são os atores que merecem o maior destaque. As atuações estão realmente muito boas e convincentes, todos desempenham muito bem seus papéis. Embora David Mazouz (Bruce Wayne), Jada Pinkett-Smith (Fish Mooney), Donal Logue (Harvey Bullock) e Sean Pertwee (Alfred) estejam mandando muito bem com seus personagens, Ben McKenzie (James Gordon) e principalmente Robin Lord Taylor (Oswald Cobblepot / Pinguim) estão simplesmente arrebentando e roubando a cena!
Pra mim, Ben McKenzie sempre fora um ator mediano, daquele tipo que não tem muitas expressões… Ou está sério, ou está sorrindo, mas em “Gotham”, McKenzie vestiu uma carranca que caiu como uma luva para o personagem. A cara de insatisfação que o ator faz quando o personagem se depara com alguma atividade envolvendo corrupção é impagável!
Oswald Cobblepot surgiu como um ninguém, um mero empregado de Fish Mooney, mas Robin Lord Taylor tem dado um destaque magnífico ao seu personagem. Além de ter traços que lembram o personagem original, Robin tem conseguido expressar toda a ambição e frustração que Cobblepot sente, deixando claro quais são as suas verdadeiras intenções.
A ambientação da série é outro ponto que merece uma atenção especial. Embora seja bem discreta, a ambientação de “Gotham” faz uma brincadeira com o passado e o presente. Em alguns momentos ela apresenta um estilo mais noir e de repente esse clima é quebrado com o uso de um celular ou algum outro elemento moderno, tudo de forma singela e quase imperceptível.
Um ponto que vale a pena ser lembrado é a participação do jovem Bruce Wayne. Embora o garoto ainda não seja um grande ator, sua participação tem sido de extrema importância para moldar a figura do justiceiro, principalmente no quesito investigativo. Depois de dezenas de filmes, finalmente temos um Batman detetive! OK, um pequeno Bruce Wayne desenvolvendo interesse por investigação, mas é o mais próximo que conseguimos chegar do “maior detetive do mundo”.
Mesmo que possa parecer uma forçação de barra, um garoto ajudar a polícia ou mesmo descobrir indícios de corrupção de uma grande empresa, devemos lembrar que esse garoto não é alguém comum, mas sim um indivíduo brilhante, ainda imaturo, mas brilhante. Algo como um diamante bruto que precisa ser lapidado.
O lado ruim: Ritmo lento e Barbara Gordon.
Percebi que algumas pessoas reclamaram do rimo da serie, alegando problemas com a falta de dinâmica e ação. Francamente, não sinto isso e acho o seu desenrolar semelhante aos demais seriados com temática investigativa. Acredito que o estilo narrativo de “Gotham” seja parecido com o de “Supernatural”, mas sem a pegada sobrenatural.
O que realmente me incomoda na série é a importância que deram à Barbara Gordon ou Barbara Kean… A personagem de Erin Richards sempre foi um figurante nas histórias do Batman, mas em “Gotham”, a personagem tem se colocado em situações desnecessárias. Não gostaria de ver isso, mas acredito que Barbara ainda deverá revelar algum segredo que a coloque na mira ou envolvida com os vilões do seriado…
Resumindo, “Gotham” ainda é uma série recente, mas já merece atenção e se conseguir manter a qualidade que tem apresentado, ela ainda terá muita história pra contar e um longo caminha à percorrer. Como diz o título da matéria, nesse caso, Batman não é necessário para tornar a história melhor, mas uma hora as coisas vão complicar em Gotham City…
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